A empresa AR
Wear pretende produzir e comercializar uma linha de roupas resistentes
ao estupro para as mulheres. A marca defende que essa é uma precaução
necessária em um país onde uma em cada cinco mulheres relata ser vítima
de agressão sexual.
O que se discute é: esse
não seria mais um caso de transferência da culpa para a vítima? Mesmo
com a polêmica, a campanha já arrecadou mais de US$ 51 mil,
ultrapassando a meta e ainda faltando 11 dias para o final.
A linha inclui
calcinhas e calções esportivos, concebidos para resistir à remoção
indesejada no caso de um ataque e deixar claro que a mulher não está
consentindo o ato.
Para justificar sua fabricação, a empresa cita um estudo de vítimas de
estupro feito por Sarah Ullman, uma pesquisadora de justiça criminal da
Universidade de Chicago, que analisou a taxa de vários tipos de
resistência com sucesso contra agressores sexuais.
As críticas
recebidas pela empresa são contra o conceito do que ela considera
estupro, que ignora, por exemplo, a violência realizada pelo próprio
marido ou companheiro.
Os criadores se defendem dizendo que a AR Wear não vai resolver o
"problema do estupro no mundo". Em meio a todo esse debate, a empresa
pretende lançar a linha em julho de 2014.